Estudante de Ceilândia (DF) conquista terceiro lugar na categoria desenho no Prêmio MPT na Escola 2018
Mateus Dias, do 6º ano do CEF 26, recebeu medalha e tablet
Apaixonado por desenho, história, geografia, ciências e língua portuguesa, o estudante Mateus Carvalho Dias, de 12 anos, retratou uma das mais duras cenas da exploração do trabalho de crianças e adolescentes no desenho inscrito no Prêmio MPT na Escola 2018. “Eu imaginei uma criança trabalhando no lixão, com roupas sujas, rasgadas e com um bocado de coisas nas costas, catando materiais do lixo para sobreviver com sua família”, descreve.
Mateus Dias é um dos agraciados na edição 2018 do Prêmio MPT na Escola. Promovido pelo Ministério Público do Trabalho com o objetivo de fomentar a participação de crianças e adolescentes nas ações de mobilização, conscientização e prevenção do trabalho infantil, reconhecendo e divulgando os melhores trabalhos literários, artísticos e culturais produzidos pelos alunos, bem como a dedicação dos educadores envolvidos nas ações de prevenções à violação dos direitos de crianças e adolescentes.
A mensagem sobre a importância do combate ao trabalho infantil, ficou evidente para o estudante. “O trabalho infantil pode atrapalhar a saúde, educação e força física das crianças. É muito errado. Não pode fazer isso com a criança. Criança não pode trabalhar, tem que estudar, brincar”, afirma.
Orgulhoso, o pai do Mateus, o senhor Emanuel Dias de Freitas Neto, sempre incentivou o filho a estudar. “Porque o estudo é a alma do negócio. Sem estudo você não é nada. Primeiramente Deus, depois a educação”, afirma. Para Emanuel, o trabalho infantil atrapalha a formação da criança, afetando seu desenvolvimento e perspectivas de futuro. “A exploração do trabalho infantil é muito perigosa. Acaba prejudicando a criança a desenvolver sua educação e fica mais vulnerável à criminalidade. Isso, nós não queremos para nossos filhos”, declara.
A professora Eva Cristina, que leciona a disciplina de Artes no Centro de Ensino Fundamental 26 de Ceilândia, explica que o Projeto foi desenvolvido na Escola em várias modalidades, o que empolgou os alunos, motivando-os a participar da competição. “O desenho do Mateus traz essa mensagem bem explícita do que é o trabalho infantil. Na Escola, inclusive, os alunos conseguem, após as discussões da temática, detectar onde realmente existe trabalho infantil. O tema ficou bem latente na nossa comunidade”, explica.
A procuradora Ana Maria Villa Real Ferreira Ramos, coordenadora regional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, celebra a conquista inédita para o Distrito Federal, pois essa é a primeira vez em que os estudantes da rede pública de ensino do DF participam do concurso. “É a primeira vez, no DF, que conseguimos fazer a etapa Distrital relativa ao concurso do MPT na Escola, com a participação das Coordenações Regionais de Ensino de Taguatinga e Ceilândia. Além disso, é a primeira vez que escolas do DF participam da etapa nacional do projeto”, comemora.
Para a procuradora, as escolas de Ceilândia tiveram participação destacada na etapa nacional, sendo classificadas em quase todas as categorias. "Julgo extremamente positivo o engajamento das escolas no Projeto, o que permitiu a discussão da temática do trabalho infantil tanto no ambiente escolar quanto no familiar. Afinal, as questões discutidas na escola acabam também migrando para o campo familiar. Não tenho dúvidas que a participação despertou um novo olhar dos alunos e educadores para o tema", define.
“Agradeço imensamente à Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia pelo incentivo à participação das escolas, e, no âmbito da PRT, deixo um especial agradecimento aos colegas Paulo Neto e Carlos Eduardo Brisolla e à servidora Thayna Roza Pires, que integraram a comissão de julgamento da etapa Distrital, dedicando um pouco do seu tempo a essa causa tão nobre”, conclui a procuradora Ana Maria Villa Real.