Audiência coletiva reúne revendedores de combustíveis para debater aprendizagem para jovens do sistema socioeducativo
Quantidade significativa das empresas convocadas participaram da Audiência realizada pelo MPT-DF no último dia 7 de dezembro
Iniciativa da procuradora Ana Maria Villa Real Ferreira Ramos, coordenadora regional da Coordenadoria Regional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, a audiência coletiva, realizada em cooperação com a Superintendência Regional do Trabalho - Ministério do Trabalho, tratou do cumprimento da cota de aprendizagem profissional. Participaram 91 representantes das revendedoras de combustíveis do Distrito Federal.
O objetivo da Audiência, segundo a procuradora Ana Maria Villa Real, foi demonstrar as possibilidades de contratação para cumprimento da cota de aprendizagem, entre elas, selecionando jovens que cumprem medidas socioeducativas. Para a procuradora, toda a sociedade ganha com a inserção de adolescentes do socioeducativo na aprendizagem. “Nossa responsabilidade é recuperar esses meninos, que só precisam de uma oportunidade para interromper o início da trajetória infracional”, afirma.
Para o auditor-fiscal do trabalho Luiz Henrique Lopes, coordenador do Projeto de Inserção de Aprendizes da Superintendência Regional do Trabalho do Distrito Federal, a aprendizagem profissional é uma das principais formas de combate ao trabalho infantil. “No próximo ano, vamos fiscalizar todas as empresas e manter esse trabalho junto ao MPT e aos órgãos e entidades do governo do Distrito Federal com o objetivo de combater o trabalho infantil. Vemos a aprendizagem com a melhor saída para o trabalho infantil”, explica.
Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), parabenizou o MPT pela iniciativa, destacando a importância de se discutir o assunto. “O problema da segurança está exatamente na criança depois da juventude. Quando as crianças não têm lares, não tem família, a criança cresce completamente fora do rumo. Essa é a realidade da sociedade brasileira”, afirma.
A pedagoga Ana Paula Lima da Cunha, coordenadora de Unidade de Atendimento em Meio Aberto, explica que as medidas de liberdade assistida e de prestação de serviços à comunidade são aplicadas aos jovens que cometeram atos infracionais brandos. Desta forma, eles permanecem no convívio de suas famílias. “É de grande importância dar oportunidades a esses jovens para se habilitarem no mercado de trabalho”, afirma.
Jeconias Vieira Lopes Neto, embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Juventude, enfatizou o valor da oportunidade para a mudança de perspectivas do jovem. “Eu só venci na vida porque tem pessoas que me ajudaram a estar aqui hoje. A ideia é dar oportunidade para que pessoas possam vencer”, conclui.
Também participaram da Audiência, o coordenador do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas da Defensoria Pública do Distrito Federal, Paulo Eduardo Chagas de Freitas Balsamão, e Natália Pereira Gonçalves Vilarins, da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo, da Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal.