As perspectivas de gênero, raça e diversidade e suas interseccionalidades foram temas desenvolvidos pela vice-procuradora-geral do Trabalho Maria Aparecida Gugel e subprocuradora-geral do Trabalho Eliane Araque dos Santos
As convidadas trataram prioritariamente da transversalidade temática
Na manhã desta terça-feira (13/8), a procuradora-chefa Paula de Ávila e Silva Porto Nunes e as membras, membros, convidadas e convidados dialogaram sobre a atual conjuntura e as perspectivas de gênero, raça e diversidades e suas interseccionalidades.
A procuradora-chefa Paula de Ávila e Silva Porto Nunes iniciou sua fala, destacando a importância da valorização da diversidade, seguindo na luta para que mais mulheres ocupem cargos de lideranças, inclusive na nossa própria casa.
Na abertura dos trabalhos a vice-procuradora-geral do Trabalho Maria Aparecida Gugel, falou sobre “Equidade de Gênero, Raça e Diversidades com a Ótica da Inclusão” ressaltando a importância da luta para alteração da realidade: "Com conhecimento alteramos as estruturas, sendo importante perceber a diversidade das pessoas dentro de nossas políticas para fortalecermos a estrutura e prevenir o assédio em nossa Instituição"
Sobre “Organização do Trabalho e Assédio Moral”a subprocuradora-geral do TrabalhoEliane Araque dos Santos, destacou a importância do diálogo do meio ambiente do trabalho: "Na nossa política há um artigo sobre abrir espaços de discussões e para que haja diálogo é necessário compreender os conflitos e entender o que se passa para concretizar a política de prevenção e enfrentamento de assédio. A política não está posta sem sentido, ela não pode ser algo apenas no papel, somos trabalhadores e não colaboradores, e chamar atenção para essas questões e olhar para elas com intuito de mudar nossos comportamentos e condutas. "
As convidadas trataram de suas vivências. A primeira delas foi Clarisse Mack da Silva Campos, que é transfeminista, primeira mulher travesti graduada em Direito pela Universidade Federal da Paraíba, explanando sobre a dificuldade da trajetória de uma pessoa trans. As dificuldades começam na família: “muitas vezes a jovem é abandonada pela família e quando vai para a escola sofre todo tipo de violência, e o acesso ao trabalho é obstáculo quase instransponível”, finaliza Clarisse Campos.
A deficiente visual Patrícia Souza Oliveira Ramos, que é assistente social, aprovada na cota reservada a pessoa com deficiência, apontou as dificuldades encontradas: "A contratação da pessoa com deficiência é muito mais de que um simples anúncio de jornal. Basta olhar para legislação da inclusão e entender a concepção e como é a prática. É um processo de luta permanente e importante para o nosso protagonismo e empoderamento. “
A Indígena Juvana Xakriabá destacou a importância de espaços de diálogos para que os grupos vulneráveis possam romper essa colonialidade, criando oportunidades e meios de equidades: "Nós indígenas somos os primeiros e pioneiros, mas nos campos de decisões somos os últimos. Precisamos garantir acesso aos espaços decisórios”, reivindica Juvana Xakriabá.
E por fim, Naya Violeta de Goianira (GO), mulher preta e estilista do cerrado, que produz peças autorais de moda afroafetiva, reforçou a importância de discursos e posições “decoloniais” para a inclusão de mulheres negras, indígenas e trans no mercado de trabalho.
A subprocuradora-geral do Trabalho Ludmila Reis Brito Lopes foi a organizadora e coordenadora do Evento.