Procuradora-chefa Paula de Ávila e procuradoras Maria Nely e Dalliana Vilar participaram da Audiência Pública que discutiu a situação de catadoras e catadores
A vice-coordenadora nacional da Conap, Marici Coelho, foi uma das organizadoras do Evento
A Audiência Pública realizada, conjuntamente, pela Coordenadoria Nacional de Promoção da Regularidade do Trabalho na Administração (Conap) e pela Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) tratou da apresentação do Diagnóstico da Cadeia Socioprodutiva de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis.
Marques Casara, dirigente da entidade Papel Social, apresentou o documentário Humanidade Descartável, mostrando a exploração do trabalho escravo pelas grandes corporações na cadeia produtiva da reciclagem (plástico, papel, alumínio e vidro).
“Retratamos, durante 18 meses, as condições de trabalho e as conexões comerciais das principais cadeias da reciclagem, demonstrando a situação atual das catadoras e catadores no Brasil, marcada pelo sofrimento”, denuncia Marques Casara.
O dirigente do Movimento Nacional das Catadoras e dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Ronei Alves da Silva, explica que o Movimento busca criar e fortalecer laços orgânicos de solidariedade com os diferentes setores, construindo um programa de reorganização e transformação social por meio do Poder Popular.
Ademais, observou que, entre os debatedores, todos eram brancos. Ele, preto e o único debatedor catador. “Nos documentários apresentados hoje, a maior parte do protagonismo nos lixões foi assumida por mulheres pretas. É a pura realidade! A exploração continua”, finalizou Ronei Alves.
A procuradora-chefa do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e Tocantins, Paula de Ávila e Silva Porto Nunes, considerou impactante a mensagem do dirigente do MNCR. “Retratou a situação com as cores da realidade”, afirma.
As procuradoras Maria Nely Bezerra de Oliveira e Dalliana Vilar Lopes, também, acompanharam a Audiência Pública.
Ronei Alves pontuou, ainda, que o Evento é um marco importante na luta contínua das catadoras e catadores pelo reconhecimento da importância do trabalho na reciclagem. Para ele, a procuradora Marici Coelho Barros Pereira, uma das organizadoras do Evento, é uma verdadeira abolicionista.
“A procuradora Marici Pereira e a procuradora regional Margaret Matos de Carvalho lutam para que ocorram mudanças dessa nossa terrível realidade”, registrou.